Cofundador do Pirate Bay, Peter Sunde sempre teve opiniões
fortes. Ele, que não tem mais vínculo com o site após cumprir cinco meses de
prisão pela sua criação, nunca poupou comentários sobre temas espinhosos da
tecnologia e também da política. Desta vez, seu alvo foi Mark Zuckerberg, o
fundador do Facebook.
Durante a
conferência do The Next Web, Sunde denunciou a centralização da internet, que
hoje se concentra nas mãos do Facebook, que tem controle sobre o conteúdo
publicado por 1,6 bilhão de usuários. Na visão dele, esse poder dá a Mark
Zuckerberg o status de um ditador.
“As
pessoas na indústria de tecnologia têm muitas responsabilidades sobre as quais
eles não costumam discutir. O Facebook é a maior nação do mundo, e nós temos um
ditador. Se você olhar por uma perspectiva de democracia, Mark Zuckerberg é um
ditador. Eu não o elegi, mas ele dita as regras”, afirmou Peter Sunde.
Para apoiar o seu argumento, o fundador do Pirate Bay ilustrou sua posição com
um caso recente, em que a primeira-ministra da Alemanha Angela Merkel foi à ONU
para confrontar Zuckeberg e o Facebook sobre uma forma de combater posts
racistas e xenófobos na rede social.
“Nós
enviamos os maiores líderes na Europa para pedir a ele parar de interferir em
nossa cultura local. Como chegamos a uma situação assim? Se os políticos fossem
um pouco mais ‘hardcore’, seria possível corrigir isso. Se dissermos que o
Facebook não concorda com as regras no nosso país, nós vamos parar o Facebook
no nosso país. Censuramos um monte de coisas, por que não o Facebook?”, ele
diz.
Sunde também
acrescenta que sair do Facebook não é algo simples. “Não é possível
realmente sair do Facebook. Eu não estou no Facebook, mas há muitas
desvantagens no meu mundo offline. Não há convites para festas, não recebo
atualizações dos meus amigos, as pessoas param de falar com você porque você
não está no Facebook. Então tem implicações na vida real”, disse à CNBC.
Do portal Olhar Digital.